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segunda-feira, 18 de julho de 2016

As ruas silenciaram

Manifestantes pró e contra o impeachment da presidente Dilma sumiram das ruas


Em junho de 2013, quando o “gigante acordou”, o reajuste de 20 centavos na passagem de ônibus pode ter sido o estopim, mas não foi o único motivo para milhões de brasileiros saírem às ruas. Reclamava-se muito do governo, da corrupção, da falta de investimentos em educação e saúde. Pedia-se um “mundo sem catracas”. Este ano, porém, os protestos tiveram uma causa pontual: foram contra ou a favor do impeachment. o que explica o atual silêncio nas ruas e o sumiço das panelas.

Embora os manifestantes de verde e amarelo tenham apontado o combate à corrupção como causa maior, não voltaram às ruas desde 12 de maio, quando o Senado aprovou o afastamento da presidente. Não incomodou, por exemplo, o fato de Temer ter afastado três ministros em seu primeiro mês na presidência –Romero Jucá, Fabiano Silveira e Henrique Eduardo Alves –, por suspeita de corrupção. Nem que muitos ministros que lhe restam estejam na mira da Lava Jato. Sejamos honestos: o  importante é que Dilma não está mais no comando.

Enquanto isso, a ameaça de paralisar o país repetida por simpatizantes da presidente durante o julgamento do impeachment no Senado simplesmente não se concretizou. Os movimentos sindicais, a juventude petista, enfim, a onda vermelha também sumiu das ruas. No momento do afastamento da presidente, muitos esperavam uma grande reação das forças que a apoiavam. Entretanto, apesar da ideia de um país dividido, as manifestação em seu favor não conseguiram mobilizar multidões. Como se seus próprios simpatizantes reconhecessem que Dilma fez um governo desastroso, que usava manobras fiscais para tapar buracos, que alienava até os mais fiéis dos aliados, e por isso parecem ter desistido de trazê-la de volta.

Agora, os movimentos “Fica Temer” e “Fora Temer” prometem voltar às ruas no próximo dia 31, em atos simultâneos que devem servir para medir o humor do brasileiro em relação à reviravolta em Brasília. A conferir. Até agora, o eleitor tem adotado uma postura de esperar para ver. As pessoas parecem ter perdido, novamente, o interesse pela política.

Fonte: opinião e notícia

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