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sexta-feira, 18 de outubro de 2024

Em quem você votou?

O ciclo não acaba após o voto, está apenas começando.

 


Este ano, em União dos Palmares tivemos a campanha eleitoral mais pobre da história, no tocante as propostas e projeto de governo dos candidatos. A situação não prestou conta do mandato, a oposição não explorou esse fato, nem apresentou um projeto de mudança capaz de convencer os eleitores. Pela primeira vez na minha vida, saii de casa sem saber em quem votar, votei com a razão, mas decepcionado com meu próprio voto, até pensei em votar nulo.

 

Agora é hora de acompanhar as ações dos parlamentares e prefeito, infelizmente a maioria dos eleitores votam por paixão ou escravidão, e esquecem em quem votou, não cobram os projetos dos candidatos eleitos. Uns por falta de conhecimento ou interesse, outros porque venderam o voto, perdendo o respeito e o moral, talvez seja motivo de vergonha cobrar ações de voto vendido.

 

O voto deveria ser livre, consciente e responsável! Mas virou moeda de troca, nesse jogo sujo, “ganha” quem tem maior poder aquisitivo para comprar e escravizar o povo da terra da liberdade. É desse jeito. Como dizia a turma do “movimento camisinha”, É lamentável!

 

 

 

domingo, 29 de setembro de 2024

DE DOMINGO AGORA A OITO É DIA DE ELEIÇÃO



Politicagem - Tire seu político do caminho - De domingo agora a oito
Jessier Quirino

A tal da politicagem?
É o acento circunflexo da palavrinha cocô
É feito brigar com um gambá
Pois mesmo o cabra ganhando
Sai arranhado e fedendo
É dirigir dando ré
O cabra tem três espelhos 
E ainda olha pra trás
E pode prestar atenção:
Na boca do candidato é o mesmo Mané Luis
Trabalho, honestidade
Trabalho, honestidade
Por quê?
Porque o povo gosta de mentira!
Seu Manezinho Boleiro
Suplente de merda viva
Foi dar uma de sincero
Dizendo o que pretendia
Trabalhar de terça à quinta
E roubar só o normal
Teve uma queda de votação tão pra baixo
Que até hoje ainda é suplente
Taí, fila da puta!

Tire seu político do caminho
Que eu quero passar com o eleitor
Hoje, pra esses peste eu sou Chiquinho
Fí de Seu Chico aboiador
Mas amanhã sou Chico véi que não dá trégua
Assim, táqui pra tu, fí duma égua

De domingo agora a oito
É dia de eleição
É dia do pleiteante
Do fundo do coração
Perguntar: o que desejas?
A quem tem de louça um caco
De terra só tem nas unhas
E mora de inquilino
Numa casa de botão
De domingo agora a oito
É dia "arreganha-cofre"
É de ajudar os que sofrem
É dia do estende a mão
E se agarrar com farrapos
De mastigar vinte sapos
E não ter indigestão
É dia de expor na fala
Que bem conhece o riscado
Ninguém come mais insosso
Ninguém bebe mais salgado
De domingo agora a oito
Não relampeja e nem chove
É o dia que nos comove
É o grande dia "D"
Agora, o dia "fuD"
Vai ser de domingo à nove
Composição: Jessier Quirino

segunda-feira, 23 de setembro de 2024

Não xinguem a menina, ela não tem culpa.

Sergio Rogério    Foto: BR 104

Quem me conhece sabe que sou entusiasta e defensor da presença de uma jovem, negra, pobre, mulher ocupando um lugar de destaque na política, tanto é que apoiei (saibam ou lembrem) Marciângela em 2008 para prefeita de União dos Palmares e ela preenchia os mesmos pré-requisitos, mulher, negra, jovem, de família não política e nem por isso em 2008 houve o mesmo aplauso de quem aplaude Samires hoje, pelo fato daquela não ter sido indicada por um padrinho político. Não sou entusiasta dos motivos que, para mim, levaram a vice a este lugar.

 

A escolha, bem sabemos, fugiu a todas as expectativas. Da oposição à situação, de quem não está nem aí para eleições e de quem gosta de se envolver. Antes era Almir, trabalhou bem (marketing) para que o nome engajasse. Com a “queda” foi a oportunidade de ouro para Kil escalar alguém que não tivesse o traquejo político; qualquer vereador, qualquer secretário saberia o caminho para crescer e o atual prefeito precisa de alguém que fique ali, onde ele disser, pronta para continuar no mesmo lugar ou voltar para onde veio.

 

A câmara tentou e tentou, mas falta nela alguém a estilo de Bobo e Fabian que ameaçam e vão, foi assim em 2012. Inclusive Bobo até hoje não aceita Kil ter sido o sucessor de Zé Pedrosa, porque ele não era do grupo original. Sim, assim como Samires, Kil precisou de padrinhos, João Lyra a princípio. Sem padrinhos Areski até tentou, mas não se elegeu no final da década de 80, início dos anos 90 (não recordo bem, eu era criança).

 

Um fato interessante é que Junior será, caso ganhe, prefeito sem reeleição, porque sua possível  vitória já será uma reeleição, Kil fez o mesmo que Zé Pedrosa fez com ele quando era vice, viajou e ele assumiu por uma semana, caracterizando um mandato. Zé forrou a cama para voltar em 2012, mas faleceu e deixou o caminho para outro, tentou-se com Mano, mas segundo dizem, Kil atrapalhou e sabemos o porquê (caso seja verdade) para voltar em 2016, e voltou. Deu certo.

Assim, a escolha de Samires é uma jogada de mestre, aplaudamos o prefeito. Vamos aos motivos: quem criticar será tachado de racista, misógino, preconceituoso, mas ela não foi escolhida por esses predicativos de ser mulher, negra, jovem, de família humilde, ela foi escolhida porque não atrapalhará o retorno de Kil à prefeitura em 2028 caso não vire Secretário de Educação como setores da imprensa divulgaram e/ou posteriormente Deputado, já conhecemos esse caminho. E ele ganhando o caminho está aberto para quem sabe Gabriela e talvez, muito talvez Samires continue vice, Almir voltará com vontade, outros vereadores, idem; estão “trabalhando” para isso.

Finalizo dizendo que sou tendencioso a votar nesta coligação, mas o fato de votar, não quer dizer que não perceba e não aponte essa e outras manobras, posso votar neles também porque não voto em branco, nem nulo e municipalizo as eleições nacionais e nacionalizo as eleições municipais, não desperdiçaria meu voto apostando no bolsonarismo palmarino, e digo, não é por conta de Bruno Lopes, e sim por quem (alguns) que o rodeiam.

Portanto, acredito que Samires terá um futuro político, caso tenha a mesma “sorte” que Kil teve em 2008.

Prof. Sergio Rogério.

terça-feira, 3 de setembro de 2024

12 anos sem resposta: Quem explodiu a Rádio Farol FM?

Após doze anos  do ocorrido, a Polícia Federal não apontou os responsáveis nem concluiu se foi  atentado ou pirotecnia.


Imagem de câmaras de monitoramento do centro da cidade

Atentado ou Pirotecnia?
Doze anos se passaram, no entanto até hoje a comunidade palmarina não tem conhecimento de quem foi o responsável pela explosão do estúdio da Rádio Farol FM. A ação  pode ter influenciado de forma indireta no resultado das eleições para prefeito em União dos Palmares em 2012.

O Fato
Na madrugada de quinta-feira 03 de setembro de 2012, dois homens explodiram parte do prédio onde fica instalada a Rádio Farol FM, no município de União dos Palmares, pertencente ao ex-deputado federal João Caldas. A explosão resultou na destruição total dos equipamentos da emissora. A rádio fazia oposição e divulgava áudios que revelava diálogos entre o ex-governador Manoel Gomes de Barros e o ex-prefeito Areski Freitas, acerca da "galinha dos ovos de ouro".

Você acredita que esse fato foi um ato político?  Quem foi o responsável: Situação ou oposição? Até hoje aguardamos a resposta da Polícia Federal.

Essa é mais uma história lamentável da "política palmarina" 

quinta-feira, 2 de maio de 2024

Começou a corrida nos bastidores pela conquista da “galinha dos ovos de ouro”

O projeto consiste em como chegar ao poder, plano de governo está fora de moda.  


foto BR 104


Mais uma eleição municipal se aproxima com os mesmos vícios e maus costumes. São candidatos sem projetos de governo e eleitores viciados em trocar votos por migalhas. Poucos entendem a importância cívica do ato do voto e da importância do mesmo.

Os candidatos trocam os planos de governo por investidas em picuinhas, fofocas e baixaria a mesma sem-vergonhice de sempre. Quem está no poder, não presta contas do mandato, o parlamentar que exigir perde a “boquinha” e ainda arruma inimizade, é ou são umas lástimas.

A oposição desorganizada e também sem projetos entram no mesmo jogo. Infelizmente não temos muito que escolher, estamos sem rumo e sem direção.

União dos Palmares, cidade histórica, tem sofrido com uma serie de prefeitos ruins, que só pensam em governar para grupos privilegiados. Não percebemos avanços significativos há décadas em nosso município. Sobram praças reformadas e faltam emprego e renda para os jovens.

 

Portanto, enquanto tivermos políticos voltados para interesses particulares, ladeados de parlamentares subservientes, estamos fadados ao fracasso e a escravidão moderna, onde o que interessa é apenas a “galinha dos ovos de ouro”. É uma lástima.

 


domingo, 15 de maio de 2022

O RELAXAMENTO DO POVO E A INÉRCIA DO GOVERNO


 “Um objeto que está em repouso ficará em repouso até que uma força desequilibradora atue sobre ele” (Isaac Newton – Lei da inércia)



Professor Nivaldo Marinho.  Foto: J Marcelo.


Nasci em União dos Palmares, na fazenda gordo, sempre estudei em Escolas Públicas. Na minha infância, tive que trabalhar cedo. Vendi  picolé peguei carrego nas feiras de União, limpei jardins, aprendi lavar, passar e cozinhar, assim me cresci. 

Aprendi com meu pai que para vencer na vida honestamente, temos que trabalhar sair do estado inércia e ir à luta. Além desses valores, minha mãe me incentivou aos estudos, pois sempre acreditou e me fez acreditar na Educação como instrumento de emancipação.  Desde então, as dificuldades que enfrentamos se transformaram em desafios e motivos de luta e conquista.
Desde cedo, aprendi questionar e exigir direitos individuais e coletivos. Quando adolescente, sonhava em ser bancário, mas a “ciência” entrou em minha vida e me tornou PROFESSOR. Não me arrependi da escolha, pois como Professor Educador, me esforço para ser uma força transformadora desse sistema que está em repouso profundo há décadas. 
Muita gente me pergunta o que eu ganho em ir de encontro a  esse modelo imposto pelos  senhores feudais  que se acham reis e que ainda têm  poderes hereditários para  administrar nossa cidade como  “feudos”, monopolizando e escravizando os  analfabetos políticos e sustentando parasitas que ao longo do tempo se acostumaram  a  viver de favores e migalhas,  entrando na inércia do relaxamento e da omissão, onde o que importa é se dá  bem.  Por isso, eu não me acho superior às demais pessoas apenas tento fazer diferente, pois conquistei algo que ninguém pode tirar de mim: A sabedoria e o prazer em saber que estou fazendo a minha parte como cidadão  e que estou agindo com coerência,  verdade e justiça. 
“É a Lei da Inércia, que se aplica a nossas vidas: quando encontramos uma zona de conforto, é lá que, inertes, permanecemos. O curioso é que a maioria das pessoas nem percebe que está inerte” (Luciano Pires).
Enquanto nossos gestores administrarem nossa cidade com projetos particulares, deixando o povo em segundo plano, o abismo entre o desenvolvimento e o atraso só tende a crescer! É necessária a participação do povo, pois só assim poderemos quebrar essa corrente viciosa criada há décadas em nossa “terra da liberdade”. Foi assim com os movimentos das DIRETAS JÁ, com O FORA COLLOR, com A QUEDA DE DIVALDO SURUAGY, entre outros. Uma coisa é certa, SEM LUTA NÃO HÁ CONQUISTA Só assim poderemos transformar a inércia do atraso em desenvolvimento. Você pode até pensar que é utopia, mas eu acredito que se eu não alcançar esse desenvolvimento meus filhos com certeza alcançarão e poderão falar com orgulho: _ meu pai não foi um covarde, me ensinou a ser gente.
É preocupante ouvir alguém falar que não quer se envolver em política, porém se deixa levar por fichas sujas que compram votos e se elegem sem se quer mostrar a cara, e ainda tem eleitor que se gaba por ter “ganhado” cinqüenta reais.
Há décadas União dos Palmares vive um modelo de política onde existem apenas dois partidos: “os que mamam e os que querem mamar” Não vemos com clareza nenhum projeto de desenvolvimento, tudo parece ser feito na base do improviso. 
Estão levando a sério demais a lei de Isaac Newton, pararam no tempo, perderam a noção de futuro! Como tirar Alagoas desse caos, se não somos capazes de fazer o dever de casa?
Mas nem tudo está pedido.  A juventude de nossa cidade através de debates em rádios, internet, blogs e redes sociais têm mostrado de forma democrática um papel fundamental para o inicio das mudanças necessárias em nosso município. Um exemplo disso é o mesa Z programa da Rádio Zumbi, formado por jovens que de forma voluntária prestam um grande serviço à comunidade e o resultado já pode ser visto, pois vem mudando o comportamento e  a atuação dos vereadores da cidade com o acompanhamento das ações dos mesmos. E não tem sido diferente com o poder executivo, principalmente porque o grupo vem cobrando, questionando e levando propostas que visam o desenvolvimento de nossa  Cidade. Podemos dizer que é um exemplo de força desequilibradora que tenta tirar nosso município da inércia das forças do atraso.
Portanto, seja você também parte dessa força, ajude a colocar Nossa Cidade nos trilhos do desenvolvimento. Insira esses verbos em sua vida: LUTAR, EXIGIR E CONQUISTAR.
“A maior parte de sua vida é consumida com repetições, até que uma força desequilibradora tira você desse ciclo. Uma demissão. Uma promoção. Uma desilusão amorosa. Uma tragédia. 

Enquanto a força não surge, ficamos ali repetindo, repetindo, repetindo”. (Luciano Pires)



Nota: Artigo publicado em 29 de abril de 2012
 Professor Nivaldo Marinho. Com
 Opinião e Notícia, Sem Maquiagem!

Estou no twitter @nivaldo_mesaz
Face: Nivaldo Marinho
instagran: @nivaldo.marinho


sábado, 7 de agosto de 2021

OS CARAS PRETAS

Histórias da política palmarina: 

Em União, saíram “Os Caras Pretas” e hoje, a grande maioria dos políticos da nossa cidade são “Caras Pálidas”. Políticos sem ideologia, sem formação política, sem compromisso e SEM VERGONHA NA CARA.




Quando assumiram o poder em 1964, os militares para restringir as articulações políticas da oposição, extinguiram o pluripartidarismo, em 1965, pelo ATO INSTITUCIONAL NÚMERO DOIS e ATO COMPLEMENTAR NÚMERO QUATRO, estabelecendo o Bipartidarismo no Brasil, deixando os outros partidos na ilegalidade,

Foi então que surgiram a ARENA (Aliança Renovadora Nacional) e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), partidos que definiam a situação e a oposição.

Em União, como em outras cidades; esses dois partidos eram muito bem divididos. A Arena tinha a mão forte dos militares e a subserviência dos seus filiados em troca dos benefícios do poder. Enquanto o MDB era determinado pelos inconformados com o poderio da situação. Os oposicionistas.

Na nossa cidade esta situação dividia amigos e familiares, numa guerra política desastrosa e inconsequente.

Na minha infância, ficou bastante evidente esta divisão através das famílias Gomes de Barros na ARENA e os Vergeti no MDB. Isto era uma loucura! Esses Grupos faziam com que a população se dividisse e se enfrentassem no campo das discussões políticas e até no braço mesmo. Na verdade este vínculo com as famílias eram tão fortes que sobrepunha à questão ideológica.

 

A questão social ficava prejudicada por esta divisão, pois a separação da sociedade palmarina era explicita, ou seja; que estava em um lado não poderia se relacionar com o outro. As amizades e até os casamentos, era de bom gosto se fosse entre os partidários. Quem não era do mesmo partido era chamado de “CARA PRETA”.

No período das campanhas políticas era um inferno, as pessoas se tornavam inimigas. Os carros de sons que anunciavam os comícios e que vendiam o “peixe” do seu partido convidavam os correligionários para uma noite de promessas, que geralmente nunca eram cumpridas. Os comícios era o termômetro das campanhas. A quantidade de pessoas nos comícios demostrava a força e a capacidade de aglutinação e de mobilização, dos candidatos e do partido. O comício virava um grande acontecimento. Geralmente o palanque era um caminhão, que ficava carregado de gente; com alguns autofalantes amarrados em caibros, para o som alcançar a maior distância possível e o eleitor pudesse ouvir as promessas dos candidatos.

Durante o dia era uma verdadeira agonia para a população. A poluição sonora era terrível e com músicas mal arranjadas e de péssima qualidade. Em uma rua passava um carro de som com a música: “É Mano, é Mano, é Mono; é Mano sim senhor...”; na outra: “Afrânio Vergeti, candidato a prefeito, vote nele eleitor; dessa vez União toma jeito”; eles passaram pela prefeitura de União e até agora a nossa cidade continua sem jeito.

Hoje com a pluralidade partidária, na nossa cidade, ainda tem gente que nunca deixou de acompanhar seus candidatos, em troca de empregos ou benefícios destes, quando eles chegarem ao poder. Agora a troca de partido virou moda. Todos os políticos estão arrumando em jeitinho de levar vantagem com a troca partidária.

Em União, saíram “Os Caras Pretas” e hoje, a grande maioria dos políticos da nossa cidade são “Caras Pálidas”. Políticos sem ideologia, sem formação política, sem compromisso e SEM VERGONHA NA CARA.

Lembranças do passado, Por Joaquim Maria.

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sábado, 24 de abril de 2021

UNIÃO: ORGULHO E VERGONHA NO ÚLTIMO MEIO SÉCULO.

HISTÓRIAS DA POLITICA PALMARINA
União precisa ser, também, a terra da Josefa, do Cícero, do Antonio, do João, do Marcelo...



Gilson Monteiro, Jornalista Palmarino

  • Nos últimos 50 anos passaram pela prefeitura de União dos Palmares 15 prefeitos. Meio século de gestores de todas as ideologias e partidos que deixaram um saldo minguado de realizações. Tão minguado que, em pleno século 21, candidatos ainda usam adjetivos como “mudança” e “avanço” em seu marketing de campanha.
    Obviamente que correligionários, puxa-sacos e apaixonados ideológicos pelas sopinhas de letras partidárias vão levantar a voz e dizer que fulano fez a praça tal, beltrano calçou um bairro, e até mesmo dizendo que minha visão é pessimista. Mas vamos por os últimos 50 anos de administração de União na mesa e verificar: O que realmente foi feito nesse meio século?
    Há meio século as precárias ambulâncias carregam doentes para a capital, seja para curar um câncer ou uma infecção intestinal.                                                                                
  • Há meio século União convive com doenças como esquistossomose, verminoses e tuberculose. Mazelas do século 17, quando a cidade foi fundada. Ou seja, nem nas doenças a cidade se “modernizou”.
    Há meio século a Santa Fé vive num estado de miséria vergonhoso, inaceitável e constrangedor para qualquer cidadão que tenha direito às três refeições diárias. Gente tratada feito bicho, cuja única diferença de um animal está no fato de que portam título de eleitor para sustentar a elite. Nada mais.
    Há meio século os grupos culturais sobrevivem sem apoio, mendigando um troco para dar uma contribuição crucial com o crescimento social do município, mas que os gestores ignoram para não modificar sua política do pouco pão e circo de péssima qualidade.                                                                                                                                     
  • Há meio século estudantes se espremem em ônibus para vir estudar em Maceió, com a agravante que nesta última década precisam pagar por isso.
    Há meio século os palmarinos vivem ou do trabalho no setor sucroalcooleiro ou do pequeno comércio, que apenas inchou, fazendo milhares de pais e mães de família ratearem meia dúzia de fregueses sem perspectiva de crescimento.
    Há meio século que os palmarinos são “empregados” por um comércio desumano, que rasga as leis trabalhistas, transformando o trabalhador numa máquina automatizada, sem folgas ou tempo para qualificação.
    Há meio séculos pré-adolescentes vivem de “carregos” na feira-livre como forma de sobreviver dignamente, perdendo a infância e juventude, e o pior, deixando a escola em segundo plano.
    Há meio século o Roberto Correia de Araújo/Vaquejada incham, se transformando, sob os olhos dos gestores, num verdadeiro mostro urbano tomado pela miséria e pela violência.

    Essas respostas são minhas, mas podem ser colocadas na boca de qualquer morador que testemunhou os 50 anos da cidade. Acho difícil discordar que mudança e avanço não estão no dicionário dos gestores de União há décadas. Por isso acho constrangedor, irônico, um verdadeiro acinte, seja qual for o grupo político falar em “mudança”, “avanço” ou qualquer outro adjetivo hipócrita do tipo.
    União não cresceu. Inchou. E “progredimos” sim, mas no pior sentido da palavra, pois já temos drogas, fome e prostituição. Nossa política nojenta de surrupiar os cofres do município inconsequente e desumanamente conseguiu “importar” o que há de pior nos grandes centros urbanos.                                                                                                                                                                                                                                         
    Chega a ser chocante constatarmos que esse cenário pertence a um município que recebeu do governo federal, via transferência de recursos, R$ 262 milhões, arredondando-se para menos, somente nos últimos 5 anos. (Dados do Portal Transparência)                                                                                                                            
  • União é, e tenho orgulho disso, a terra de Jorge de Lima, Maria Mariá e Zumbi. Mas a luta de Zumbi na Serra da Barriga, um marco nacional, precisa fazer parte do nosso passado, e não permanecer se repetindo no presente das periferias miseráveis de União. A Nega Fulô precisa se transformar de vez em poesia, e não permanecer nas cozinhas nada literárias da atual elite que ainda não se deu conta da Lei Áurea. E para isso, é preciso termos pelo menos, um naco da inteligência e caráter que teve nossa imortal Maria Mariá.                                                                                                                                 
    União precisa ser, também, a terra da Josefa, do Cícero, do Antonio, do João, do Marcelo, do Sebastião, da Madalena e de tantos outros que estão escrevendo o futuro de uma terra que ainda não conheceu, de fato, a liberdade.

    P.S.: Para os desavisados, sou palmarino, mas voto em Maceió. Não sou nem azul nem do encarnado!  Gilson Monteiro.
               Artigo publicado em  setembro de 2012