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sexta-feira, 17 de novembro de 2017

ZUMBI DOS PALMARES



ZUMBI
“REI DOS PALMARES”





Em 1655, Zumbi[1] nasceu livre em uma das inúmeras povoações palmarinas, sendo capturado por uma expedição portuguesa comandada por Brás da Rocha Cardoso e entregue ao missionário português Antônio de Melo, vigário de Porto Calvo, quando tinha aproximadamente seis anos. Logo, foi batizado, pelo vigário, com o nome de “Francisco”.
Enquanto viveu com o padre, Zumbi, na época Francisco, recebeu os sacramentos, aprendeu português e latim e ajudava diariamente na celebração da missa. Mas, apesar das tentativas de torná-lo “civilizado”, em 1670, escapou e retornou ao seu local de origem, o quilombo dos Palmares, onde adotou o nome de Zumbi.
Quando chegou em Palmares, Zumbi foi acolhido por Ganga-Zumba, então líder, e tornou-se conhecido pela sua destreza e astúcia na luta. Com apenas 20 anos, em 1675, na luta contra os soldados portugueses comandados pelo Sargento-mor Manuel Lopes, Zumbi revela-se grande guerreiro e organizador militar.
Em 1678, o Governador da Capitania de Pernambuco, Ayres de Souza de Castro, cansado do longo conflito com Palmares, se aproximou do líder do quilombo, Ganga-Zumba, com uma oferta de paz. Foi oferecida a liberdade para todos os escravos nascidos no quilombo, além de concessão de terras aos palmarinos em local em que pudessem viver e plantar, se, porventura, eles se submetessem à autoridade da Coroa Portuguesa.
A proposta foi aceita por Ganga-Zumba, mas Zumbi, que nesta época já era comandante-geral das tropas quilombolas, olhava os portugueses com desconfiança e se recusou a aceitar a liberdade para algumas pessoas do quilombo enquanto outros negros eram escravizados. Sendo assim, rejeitou a proposta do Governador e desafiou a liderança de Ganga-Zumba.
Com a morte de Zumba, que foi envenenado quando já se encontrava em terras doadas pelo Governo de Pernambuco, Zumbi torna-se o novo líder do quilombo dos Palmares e promete continuar a resistência contra a opressão portuguesa.
Em 1685, o próprio Rei de Portugal, D. Pedro II – “O Pacífico”, escreve uma carta a Zumbi propondo perdão a todos os negros do quilombo, desde que o comandante do quilombo e todo o seu povo aceitassem a condição de fiéis e leais súditos.
Zumbi não responde a carta e os ataques a Palmares prosseguem, inclusive por parte de uma expedição comandada pelo também negro Henrique Dias que teve destaque nas lutas para expulsar os holandeses do Nordeste brasileiro, mas os negros livres, heroicamente, resistem.
Nomeado Governador da capitania de Pernambuco, em 1693, Caetano de Mello e Castro, decide, então, exterminar os negros de Palmares de qualquer de maneira. Este, contrata o bandeirante Domingos Jorge Velho, para que, com sua tropa de índios e mamelucos, comandasse o exército híbrido que deveria, de uma vez por todas, acabar com Palmares.
Na primeira investida, é obrigado a recuar ante a reação dos negros. No segundo ataque a Macaco, em 29 de janeiro 1694, os quilombolas resistem mais uma vez, matando diversos soldados e deixando centenas de feridos.
Porém, o terceiro ataque, em 06 de fevereiro de 1694, é mortífero. Com o reforço da tropa comandada por Bernardo Vieira de Melo, Domingos Jorge Velho consegue, enfim, arrasar Palmares.
Mesmo ferido, Zumbi e dezenas de seus homens conseguem escapar do ataque e se refugiam na floresta.
Antonio Soares, um dos principais aliados de Zumbi, é capturado em Penedo e entregue ao Capitão Furtado de Mendonça. Sob tortura, acaba falando onde é o esconderijo de Zumbi e aceita guiar a tropa em troca de uma oferta de liberdade proposta em nome do Governador.
O novo quilombo de Zumbi, naquela ocasião, se situava na Serra Dois Irmãos, banhada pelo Rio Paraíba. Furtado de Mendonça conhecia bem o local, onde no ano anterior Zumbi conseguira evitar travar um combate com os paulistas. Porém, nesse dia, Zumbi estava acompanhado apenas por seis guardas, tendo em vista que os outros combatentes tinham saído para fazer um reconhecimento de rotina pelas redondezas.
Em 20 de novembro de 1695, a tropa de Furtado de Mendonça aproxima-se prudentemente do quilombo. Uma vez estabelecido o cerco, Antonio Soares se destaca do grupo e vai à direção de Zumbi e, sem hesitar, o esfaqueia, dando o sinal para o ataque. Aproveitando-se da surpresa provocada pelo seu gesto, Antonio Soares foge imediatamente. Zumbi, mesmo ferido, luta bravamente, mata alguns soldados, mas cai, ferido mortalmente.
Zumbi foi baleado 15 (quinze) vezes, teve seu pênis decepado, um dos olhos arrancados e a mão direita, também, decepada, num claro sinal de medo e ódio que provocava às hordas de assassinos dos senhores coloniais.
O corpo de Zumbi foi transportado até o povoado de Porto Calvo, aonde foi apresentado à Câmara Municipal. Após ter seus restos mortais reconhecidos por sobreviventes de Palmares, Zumbi teve sua cabeça decapitada, salgada e exposta em praça pública no alto de um mastro na cidade de Recife, por ordem do Governador de Pernambuco, Caetano de Melo e Castro. Essa teria sido uma forma de intimidar novas rebeliões negras e tranqüilizar os senhores de escravos, visando ainda desmentir a crença da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi.      
Em 14 de março de 1696, o Governador de Pernambuco, Caetano de Melo e Castro, escreveu ao Rei, D. Pedro II – “O Pacífico”: “Determinei que pusesse (a cabeça de Zumbi) em um pau no lugar mais público desta Praça para satisfazer os ofendidos e justamente queixosos e atemorizar os negros que supersticiosamente julgavam-no imortal”.
Como você ficou sabendo através desse breve resumo, Zumbi viveu apenas 40 anos, mas viveu o bastante para entrar para a história e ser considerado o maior ícone da resistência negra ao escravismo em nosso país. Tanto, que no ano de 1997, 302 anos após a sua morte, o seu nome foi inscrito no Livro de Heróis da Pátria, instalado no Panteão da Liberdade Tancredo Neves, na Praça dos Três Poderes, em Brasília. Fabricado em aço escovado, até então o livro tinha apenas o nome do inconfidente Joaquim José da Silva Xavier, o Tiradentes.
Seis anos depois, em 2003, através da Lei nº 10.639, de 09 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da Rede de Ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro-Brasileira, sancionada pelo Presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a data de sua morte, 20 de novembro, foi incluída no calendário escolar como o “Dia Nacional da Consciência Negra”.
No dia 11 de novembro de 2011, a Presidente Dilma Rousseff sancionou a Lei nº 12.519, que Institui o 20 de novembro como o “Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra”, decorrente de um projeto da ex-senadora Serys Slhessarenko (PT/MT).
Comemorar o Dia Nacional da Consciência Negra nessa data é uma forma de homenagear e manter viva em nossa memória essa figura histórica, mas não somente a imagem do líder, como também sua importância na luta pela libertação dos escravos, concretizada em 13 de maio de 1888, através da Lei Áurea (Lei Imperial n.º 3.353).
“Deus da Guerra”, “Fantasma Imortal” ou “Morto Vivo”, seja qual for a tradução correta do nome Zumbi, o seu significado para a história do Brasil e para o movimento negro é praticamente unânime: Zumbi dos Palmares é o maior ícone da resistência negra ao escravismo e de sua luta por liberdade.

Fonte: A terra da Liberdade - Franco Maciel


[1] A palavra Zumbi, ou Zambi, vem do termo "nzumbe", do idioma africano quimbundo, e significa, fantasma, espectro e alma de pessoa falecida.

sábado, 11 de novembro de 2017

Programação do mês da consciência negra União dos Palmares - AL




A programação do Mês da Consciência Negra, que será realizada em Maceió e União dos Palmares, iniciou nesta quarta-feira (8) e segue até 20 de novembro, Dia da Consciência Negra. Ainda na quarta-feira , ocorreu a abertura oficial da XV Reunião da Comissão de Patrimônio Cultural (CPC) do Mercosul, no Teatro Deodoro. Na quinta (9), houve a continuação da programação e  nesta sexta-feira (10), na Associação Comercial de Alagoas, no bairro histórico do Jaraguá, às 11h, haverá apresentação do Plano de Gestão da Serra da Barriga como Patrimônio Cultural do Mercosul.

De 11 a 16 de novembro, as escolas de União dos Palmares recebem as oficinas do projeto “Conhecendo a Nossa História: Da África ao Brasil, que tem o intuito de disseminar o conhecimento sobre a História e Culturas do continente africano e dos afro-brasileiros.
No sábado (11), às 11h, acontece a Cerimônia de Certificação da Serra da Barriga como Patrimônio Cultural do Mercosul.

Nos dias 12, 20 e 27 deste mês, acontece em Maceió (Pajuçara, Farol e Mirante do Jacintinho, respectivamente) o Projeto Em Cantos Africanos. Um espetáculo irá mostrar ao público infanto-juvenil a riqueza de narrativas da África.

No dia 13, às 18h, a Secretaria de Estado do Desenvolvimento Econômico e Turismo (Sedetur) promove um Workshop de Atendimento ao Turista, no Auditório da Prefeitura de União dos Palmares.

Entre os 14 a 20, das 10h às 22h, o Pátio da Estação Ferroviária de União recebe a Feira de Negócios e Arte.

De 15 a 19 de novembro, é a vez do projeto Vamos Subir a Serra. A Praça Multieventos, na capital alagoana, será palco, das 8h às 22h, de palestras, rodas de conversa, mostras de cinema, exposição fotográfica, oficinas e feiras de produtos artesanais.

Em 17 de novembro, grupos culturais de Maceió fazem a Celebração de Saudação à Serra da Barriga. Haverá um cortejo e apresentações culturais na Praça Multieventos.

Apresentações Atrtisticas

De 18 a 20 de novembro, ocorre em Maceió o Encontro de Maracatus. Já  União dos Palmares receberá apresentações artísticas da Vibrações, Tribo de Jah, Naná Martins, Margareth Menezes, grupos culturais e bandas locais.

E no dia 20 de novembro, será o grande dia de comemorações da Consciência Negra, em qual será instalado o Comitê Gestor e apresentado o dossiê que embasou a candidatura da Serra da Barriga.

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Texto de Daniel Borges com assessoria Fundação Palmares
Fonte: Agencia de Alagoas


terça-feira, 17 de outubro de 2017

30ª Romaria da Terra e das Águas

Trinta anos no Chão Sagrado: De novo na Serra,  alcançando a Nova Terra


Local: Serra da Barriga
Data: 04  e 05 de novembro.

quarta-feira, 14 de junho de 2017

Acesso a serra da barriga: O prazo de entrega deveria ser 150 anos



Como diz seu Cícero do carro de confeito, moro em União há 46 anos  e desde o tempo em que king Kong era sagüim já existia promessas de recapeamento do acesso a serra da barriga. Todo governo que passa assume a responsabilidade de construir o bendito acesso.  É fato que vários recursos oriundos do governo federal foram destinados e liberados para esse fim, contudo a ingerência política e administrativa fizeram com que todos os recursos fossem devolvidos.

Por fim, agora é vez de ouvimos mais uma promessa do prefeito Areski de Freitas e do governador Renan Filho, ambos prometeram fazer e inaugurar essa "obra" no próximo ano, diga-se de passagem, ano da eleição.

 Segundo o portal da transparência do governo federal, a cada trimestre tem chegado parcelas de recursos para esse fim, contudo até o momento não foi colocado uma pedra. Portanto é bem provável que a culpa tem sido de quem pintou a placa da obra, ele deveria ter escrito 150 anos. 

segunda-feira, 27 de fevereiro de 2017

Portal da Transparência: União dos Palmares recebeu recursos para Pavimentação e Drenagem do Acesso a Serra da Barriga - 1a Etapa.


Foto JMfotos                    acesso a serra da barriga


Os convênios do município de UNIÃO DOS PALMARES/AL que receberam seu último repasse no período de 05/12/2016 a 08/01/2017 estão relacionados abaixo:

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Número Convênio: 807442
Objeto: Pavimentação e Drenagem do Acesso a Serra da Barriga - 1ª Etapa.
Órgão Superior: MINISTÉRIO DO TURISMO
Convenente: UNIÃO DOS PALMARES PREFEITURA
Valor Total: R$ 1.950.000,00
Data da Última Liberação: 28/12/2016

Valor da Última Liberação: R$ 2.626,65

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2017

Serra da Barriga é candidata a Patrimônio Cultural do Mercosul



A Serra da Barriga, localizada no município de União dos Palmares, Zona da Mata alagoana, pode se tornar Patrimônio Cultural do Mercosul. Um dossiê, que está sendo produzido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em parceria com a Secretaria de Estado da Cultura (Secult), Universidade Federal de Alagoas (Ufal), Fundação Cultural Palmares, Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), instituições públicas e sociedade civil, será entregue em março para avaliação da Comissão de Patrimônio Cultural do bloco econômico.

De acordo com o Iphan, a candidatura se insere na proposta La Geografía del Cimarronaje: Cumbes, Quilombos y Palenques del MERCOSUR, juntamente com Colômbia, Equador e Venezuela, que também apresentaram sítios de interesse para a valoração da contribuição africana no continente sul-americano.

Para Candice Ballester, arquiteta e urbanista do Departamento de Articulação e Fomento da Assessoria Internacional do Iphan, que está em Alagoas comandando as reuniões para a produção do dossiê e diretrizes do plano de gestão do bem, a postulação da Serra como Patrimônio Cultural do Mercosul “é um reconhecimento, uma ação estratégica de valorização da identidade negra na América Latina”.

Entre os benefícios estão a valorização, promoção e fomento do local, além da garantia do uso de recurso do fundo do Mercosul para ações do bem. "A Serra da Barriga é um símbolo da luta pela liberdade e resistência negra. A postulação a Patrimônio Cultural do Mercosul representa um marco para Alagoas e eleva a autoestima da nossa população, despertando o sentimento de pertencimento cultural", destaca a secretária de Estado da Cultura de Alagoas, Mellina Freitas.

Serra da Barriga

A Serra da Barriga, bem tombado pelo Iphan em 1985 e monumento nacional desde 1988, local sagrado e de representatividade para o povo negro, foi onde milhares de homens rebelados criaram o maior foco de resistência escrava do Brasil, o Quilombo dos Palmares.


Fonte: Agencia Alagoas

terça-feira, 4 de agosto de 2015

Pergunte a Renan e a Beto Baia o que está faltando para construir o acesso a serra da barriga.

Foto da internet: Dilma e Renato Janine

Nessa terça feira, 04, o ministro da Educação, Renato Janine Ribeiro e o Governador Renan Filho deverão visitar a serra da Barriga em União dos Palmares, é importante que eles venham por terra, para ver de perto a as dificuldades de acesso a serra da barriga.

A comunidade palmarina perdeu a esperança nos nossos representantes na política local. Por diversas vezes ouvimos falar que existem recursos em conta para fazer o acesso a serra da barriga, mas os mesmo recursos são devolvidos por inoperância dos gestores municipais e estaduais.

No inicio do ano o deputado Paulão disponibilizou dois milhões para esse fim, contudo continua sem utilidade, esperamos que a visita do Ministro, por terra, possa sensibilizar o governo e o prefeito a fim de juntos construírem esse sonhado acesso ao platô da serra da barriga.

É uma lástima a inoperância desse povo.

terça-feira, 19 de novembro de 2013

Genival Oliveira Gonçalves – “GOG” se apresentará hoje em União dos Palmares.

Emanoel Cabral - “Neo do Reggae” representará União dos Palmares no palco principal.


Genival Oliveira Gonçalves, mais conhecido como GOG, é um cantor de rap brasileiro, nasceu na cidade satélite de Sobradinho no Distrito Federal no ano de 1965, 15 dias depois da chegada dos seus pais à Brasília. É o segundo de uma família de quatro irmãos.

Foi um dos pioneiros do movimento rap em Brasília. Desde o início da carreira, ganhou a alcunha de Poeta. Seu mais recente trabalho é o DVD Cartão Postal Bomba!, lançado em fevereiro de 2009. Seu primeiro disco de carreira foi gravado no ano de 1992.

Fonte: nacao-hiphop

domingo, 17 de novembro de 2013

Zumbi dos Palmares – Herói de seu Povo



Por Pe. José Artulino Besen

Em 1678, Zumbi (o nome significa A força do espírito) assumiu o lugar de Ganga-Zumba em Palmares e passa a comandar a resistência contra as tropas portuguesas. Ele e a maioria do povo do quilombo não acreditaram na paz dos brancos. A resistência negra durou até 1694, tendo sido necessárias 25 expedições militares para derrotá-la.

Zumbi nasceu em Palmares, Alagoas, livre, no ano de 1655. Teve a mãe assassinada quando fugia para o quilombo, mas foi capturado e entregue ao vigário de Porto Calvo, Pe. Antônio de Melo, que o instruiu nas disciplinas de latim, geometria, matemática e português. Recebeu o nome de José Francisco da Silva. Apesar destas tentativas de aculturá-lo, Zumbi escapou em 1670 e, com quinze anos, retornou ao seu local de origem, o Quilombo de Palmares.

Zumbi se tornou conhecido pela sua destreza e astúcia na luta e já era um estrategista militar respeitável quando chegou aos vinte anos. Casou-se com Dandara, guerreira negra, mãe de seus três filhos.

Como vimos, Zumbi tinha assumido a liderança do quilombo em 1678 quando destituiu Ganga Zumba por ter assinado um tratado de paz com o governador de Pernambuco, o que poderia preservar a República dos Palmares.

Quinze anos após Zumbi ter assumido a liderança, o bandeirante paulista Domingos Jorge Velho foi chamado para organizar a invasão do quilombo. Domingos Jorge Velho e Bernardo Vieira de Melo, à frente de um exército de 9 mil homens com escopetas e canhões, comandaram o ataque final contra a Cerca do Macaco, na Serra da Barriga, principal quilombo de Palmares.

Era cercada com três paliçadas, cada uma defendida por mais de 200 homens armados. Em 6 de fevereiro de 1694, após 92 anos de resistência, Palmares sucumbiu ao exército português e foi destruída e, embora ferido, Zumbi conseguiu fugir. Dandara, sua esposa, suicidou-se depois de presa, em 6 de fevereiro de 1694, para não voltar à condição de escrava. A mesma sorte escolheram muitos negros, atirando-se num precipício. Foi registrado um dos grandes massacres da história brasileira, onde foram degolados homens, mulheres e crianças.

Apesar de ter sobrevivido, Zumbi foi traído pelo companheiro Antônio Soares e surpreendido pelo capitão Furtado de Mendonça no reduto onde se escondera. Apunhalado, resistiu, mas foi morto com 20 guerreiros quase dois anos após a batalha, em 20 de novembro de 1695. Teve a cabeça cortada, salgada e levada, com o pênis dentro da boca, ao governador Melo e Castro. Em Recife, a cabeça foi exposta em praça pública, visando desmentir a crença da população sobre a lenda da imortalidade de Zumbi.  Ainda no mesmo ano, D. Pedro II de Portugal recompensou com 50 mil réis o capitão Furtado de Mendonça por “haver morto e cortado a cabeça do negro dos Palmares do Zumbi”.

Zumbi e grande parte dos palmarinos morreram, não seu povo e sua cultura entranhados no povo brasileiro. O Brasil foi construído pelos negros durante 400 anos: é inegável sua contribuição social, econômica, cultural, política e religiosa. São apenas 100 anos de trabalho branco. Conhecer a África e seus descendentes brasileiros é parte do conhecimento do povo brasileiro.

* Não procede a tradição de que tenha comandado soldados na batalha de Batalha de Mbwila/Ambuíla, no Congo, pois essa aconteceu em 1665. O mesmo se diga a respeito de Zumbi: não era neto da princesa Aqualtune. É normal que os heróis façam nascer mitos. A arqueologia na região dos Palmares ainda é incipiente, mas, pode-se dizer, a bibliografia anglo-saxônica é mais objetiva a respeito dos quilombos.

Fonte: JMarcelofotos