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segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

ALAGOAS E O ORNITORRINCO

Por Reinaldo Sousa


No clássico “Crítica da Razão Dualista, o Ornitorrinco”, Chico de Oliveira usa uma metáfora para fazer uma dura crítica ao sistema capitalista brasileiro, ao compará-lo com um ornitorrinco. Esse animal, definido pelo Aurélio como “[...] mamífero altamente adaptado à vida aquática, cujos dedos das patas anteriores são unidos por membranas, e os das patas posteriores têm fortes garras [...]”, tem bico muito semelhante ao de um pato, é ovíparo, tem pêlos, enfim é uma mistura de réptil, pássaro e mamífero. Para Chico uma espécie que mescla o novo com o atrasado, um animal que parou no meio da evolução das espécies. O único capaz de deixar Darwin confuso.

O Estado de Alagoas, tal qual o Brasil de Chico, é um paradoxo do novo com o atrasado, da abundância com a escassez, do minifúndio versus latifúndio. Trata-se de um Estado onde a história faz questão de parar, tal qual o ornitorrinco na longa cadeia da evolução. Um Estado cuja sobrevivência, segundo o economista Cícero Péricles, depende das verbas federais, mas que continua vendendo a imagem de próspero. Um Estado cujo pagamento de toda a folha dos cortadores de cana, segundo Péricles, é quatro vezes menor que a renda deixada pelo Bolsa Família ou mesmo pelo Seguro Desemprego. Enfim, um herdeiro direto do Ornitorrinco.