A região do
sertão e parte do agreste de Alagoas está novamente sofrendo o drama da seca,
trazendo consequências desastrosas para a economia. Não existe mais pastagem. O
gado está morrendo. A água virou algo raro na região. E falta alimentação para
milhares de sertanejos. À longa estiagem, se acrescenta como uma sombra a
mortal: são famílias que deixam a terra fugindo para cidades, perseguidas pela
fome e pela sede. Roçados calcinados, pecuária dizimada, lavouras destruídas,
desnudos os campos e o homem sangrando as mãos no solo que lhe recusa uma gota
d’água, ou fugindo, pelas estradas sem fim, de cidade em cidade, em busca de
migalhas de pão. São os “Vidas Secas”. Quem quiser, poderá vir ao agreste e
sertão e verá a tragédia. A falta de chuvas deixa tudo esturricado,
pertubando-se em consequência a economia e a vida da região. Devemos, pois,
reparar-nos para atenuar os efeitos dessa calamidade, impedindo, através de
obras de prevenção e da organização de nossa economia, o espetáculo que hoje a
nação testemunha entristecida.
A pior seca dos últimos 50 anos
A tragédia
da seca já tinha sido anunciada no início do ano, quando o governador Teotonio
Vilela, aflito, denunciara que começaria este anos, após as eleições, a pior
estiagem das últimas quatro décadas. Desde os anos de 1990, o tema – felizmente
– havia sido esquecido, por razões objetivas. Agora, estudos da Sudene apontam
que há motivos de sobra para preocupações.
Falar em
seca é um perigo, principalmente porque os mecanismos de fiscalização, sejam
aqueles dos movimentos sociais, sejam os oficiais, não cumprem o papel ao qual
se propõem. Resultado: roubo e miséria – que andam lado a lado por estas
bandas.
O governo
federal anunciou o Bolsa Estiagem, para mitigar o sofrimento de cerca de 500
mil pequenos agricultores que sobrevivem no semiárido nordestino. Só aí, e não
é pouco, serão gastos R$ 200 milhões.
Mais R$ 164
milhões vão para a distribuição de água por meio de carros-pipa. A menor parte
do dinheiro vai para ações mais efetivas, com consequências além do curto
prazo: serão R$ 60 milhões destinados à perfuração de poços.
Se há risco
de uma boa parcela dessa grana ir parar no bolso de quem não devia? Só no
período entre 2008 e 2010, a
Controladoria-Geral da União, junto com a PF, descobriu um rombo – ou roubo –
no Departamento Nacional de Obras Contra a Seca no valor de R$ 312 milhões. Um
escárnio!
O povo, com
sede, morrendo à míngua, pela falta do líquido precioso que se dane!!! Essa é a
nossa Alagoas, infelizmente.
Fonte:
http://www.tribunadoagreste.com.br/noticias/?vCod=3932