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sábado, 10 de abril de 2021

MOÇÃO DE REPÚDIO AO RETORNO ÀS AULAS PRESENCIAIS EM ALAGOAS

 


Nós, enquantocoletivos envolvidos com a Educação no Estado de Alagoas, à saber: Associação Nacional pela Formação dos Profissionais da Educaçãoem Alagoas –(ANFOPE- AL), Associação dos Docentes da Universidade Federal de Alagoas (ADUFAL), Centro de Educação - UFAL (CEDU),  Fórum Alagoano de Educação de Jovens e Adultos (FAEJA), Fórum Alagoano de Defesa da Educação Infantil (FADEDI) e SINDICATO DOS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO DE ALAGOAS (SINTEAL), vimos, por meio desta moção de Repúdio, nos posicionarmos contrários à volta às aulas de maneira presencial, neste momento pandêmico 2020/2021, em muitos municípios alagoanos, considerando os argumentos abaixo listados.  

 

O Brasil é o país que lidera o ranking mundial de mortes causadas pela Pandemia do COVID-19. Temos atualmente uma das maiores taxas detransmissão e de óbitos do mundo, com a marca de mais de 330mil mortosalcançada no último mês.

Além disso, a pandemia tem sido responsável por sobrecarregar o sistema de saúde, hoje incapaz de atender toda a demanda de pacientes com COVID-19, bem como de tratar outras patologias. As maiores vítimas ainda continuam sendo as pessoas de baixa renda, mesmo observando que o vírus não escolhe classe social, raça ou gênero. No entanto, observa-se que é a classe trabalhadora pobre é a mais vulnerável e umadas mais atingidas por essa pandemia que vem escancarar as desigualdades sociais no nosso país e mais especificamente no Nordeste do Brasil, o que aparece com evidência nas comunidades mais vulneráveis, especificamente, do interior do País.

Temos o Programa Nacional de Imunização, iniciado no país, mas como bem mostram os especialistas, está muito distante de atender as demandas de imunização de rebanho. Nesta perspectiva, o ideal seriater 70% da população imunizada para que se pudéssemos, assim, abrir escolas e demais  instituições que com margem de segurança.

Neste sentido, compreende-se que os municípios ao sinalizarem  para  a abertura das escolas públicas  põem em risco milhares de vidas. Ressaltamos os exemplos de vários estados e países que até tentaram retorno das atividades escolares, mas recuaram por verem o aumento e o risco de contaminação e ter casos reais de contaminados. A exemplo do estado doAmazonas e de países como Portugal, Itália e Reino Unido, as autoridades resolveramrecuar com os planos de reabertura, mesmo com todos os protocolos instalados.

Diante desse fato, este Fórum repudia totalmente a postura desses municípios de não priorizarem vidas de estudantes, professores e demais profissionais das escolas, preferindo arriscar a vida das pessoas, considerando que os professores e as professoras, apesar de estarem, na relação de prioridade da vacinação, ainda não foram vacinados. No tocante aos estudantes, observa-se que ainda não chegou vacina para todos as pessoas no Brasil, e que as crianças e os jovens que antes eram considerados de menor risco,hoje tambémestão sendo acometidos por essaterrível doença.

Essa situação de insegurança é o que nos faz, enquanto coletivosenquanto coletivos comprometidos com a Educação de Alagoas, lutarmos em defesa da vida de crianças, jovens, adultos e idosos, a partir de uma educação humanizadora, ética e responsável. Sendo assim, nos contrapomos a atitude de abertura de escolas nesse contexto pandêmico, considerando o que está exposto na carta de alerta dos cientistas aos gestores e governantes brasileiros, que aqui trazemos na íntegra, na esperança de um repensar dos gestores municipais.

Para educar, como nos ensina o educador pernambucano, filósofo Paulo Freire, precisamos de amorosidade, ética e diálogo, princípios que deveriam ser referência para quem visa o bem de toda pessoa humana e todo cidadão e cidadã desse país. Assim como Freire, entendemos que não é possível fazer comparativos de escolas públicas com escolas privadas, porém, é preciso ter esse senso de cuidado e empatia, principalmente, para comcidadãos que ainda continuam sendo vítimas de exclusão social, um dos grupos mais vulneráveis da nossa sociedade. 

Por fim, compreendemos que apenas através do que nos recomendam os cientistas, do respeito, da ética e da priorização de vidas, que está exposto na carta de alerta dos cientistas aos gestores e governantes brasileiros, que aqui trazemos na íntegra é que podemos dialogar e ter uma educação mais humana e mais solidária na defesa da vida e não do mercado, do lucro e do conteudíssimo. Com uma educação humanizadora, só assim poderemos  construir um país, um estado, um município mais tolerantes, democráticos e que respeitam as diversidades e possibilidades humanas a FAVOR DA VIDA.

EM DEFESA DA VIDA!

VACINA PARA TODA A POPULAÇÃO PELO SUS!

Maceió, 08 de Abril de 2021.


Assinam este documento

ASSOCIAÇÃO NACIONAL PELA FORMAÇÃO DOS PROFISSIONAIS DA EDUCAÇÃO - ANFOPE- ALAGOAS

ASSOCIAÇÃO DOS DOCENTES DA UNIVERSIDADE FEDERAL DE ALAGOAS (ADUFAL),

COLETIVO DO FÓRUM ALAGOANO DE EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS FAEJA-AL

CENTRO DE EDUCAÇÃO – CEDU

SINDICATO DOS TRABALHADORES DA EDUCAÇÃO DE ALAGOAS