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terça-feira, 23 de abril de 2024

128 anos do nascimento de Jorge de Lima

 

Há 128 anos, no dia 23 de abril de 1893, nascia o uniaoense Jorge Matheus de Lima, conhecido em todo o mundo como Jorge de Lima.

Para muitos o palmarino mais ilustre, para outros uma "famoso desconhecido". Não é difícil encontrar um palmarino que fale besteiras do tipo: "Ele não gostava daqui" ou "Ele virava a cara quando passava por aqui". Quanta bobagem e mentira, as cartas e textos de Jorge de Lima publicados em jornais da época demonstram um imenso amor pelo local onde viveu a infância. Talvez, os palmarinos não percebam que a descontruçào dos bons exemplos se tornou uma forma da "elite política e econômica" local menosprezar quem de fato deveria ser exaltado como exemplo a ser seguido.

Em 2021 o sobrado em que nasceu e viveu se encontra em reformas, descaracterizado em 2010 por ignorantes culturais, é a única lembrança de uma época em que um gigante da literatura mundial esteve por aqui.

Aos incultos que acusam Jorge de Lima de mau palmarino, sugiro a leitura dos poemas "Serra da Barriga" e "G.W.B.R.", textos de extrema sensibilidade e percepção que apenas um apaixonado por um lugar e um povo poderia escrever.

A fotografia que ilustra a postagem está no livro "Vida e Obra de Jorge de Lima", biografia escrita por Carlos Povina Cavalcanti.

Fonte: registroslegislativos,  Bruno Monteiro,

 acessado em 23/04/21

#registroslegislativos 

#uniaodospalmares 

#jorgedelima128anos 

sábado, 20 de abril de 2024

Rio Cana Brava se transformou em esgoto no centro de União dos Palmares



O Riacho Canabrava, localizado no município de União dos Palmares, distante 80 quilômetros da capital, Maceió é um dos principais afluentes do Rio Mundaú na bacia hidrográfica da região e foi transformado num esgoto a céu aberto no meio da cidade. Com aproximadamente 18 quilômetros de extensão,

O Canabrava é um rio municipal, pois nasce e deságua dentro dos limites de União dos Palmares. O contraste do percurso limpo na área rural e a degradação na cidade se assemelham a de outros afluentes do Mundaú.

Surge a partir de três nascentes localizadas no Povoado Barro Vermelho na zona rural do município. As nascentes que estão em uma propriedade privada são preservadas com vegetação ciliar, tornado a água límpida e potável. No percurso pela zona rural observa-se que as margens do Canabrava não são preservadas com vegetação ciliar, o que torna o riacho em alguns pontos assoreado. Ainda no meio rural, as águas limpas do Canabrava são utilizadas na agricultura e pecuária.

A origem do nome Canabrava veio segundo pesquisas, de uma planta comum nas margens do riacho no passado. O vegetal que se assemelha a cana-de-açúcar de nome Canafístola, era chamado pelos ribeirinhos de Canabrava e assim o riacho foi batizado.

O passado generoso do Canabrava ainda deixa lembranças nas pessoas que usavam suas águas para executar as principais tarefas do lar. A aposentada Florzina Oliveira, 88, que em meados dos anos 60, residia na antiga Rua Canabrava, hoje Avenida Antônio Gomes, diz com riquezas de detalhes que utilizava as águas deste riacho que ficava próximo a sua casa, para lavar roupas e tomar banho. Volumoso e limpo, o Canabrava que tinha feições de rio, também servia para a pesca. Segundo Dona Florzina, o riacho tinha muito “cará”, peixe típico de água doce, muito degustado por sua pessoa. Ainda em sua fala, a aposentada lembra que debaixo de duas grandes ingazeiras, os palmarinos da época, usufruíam das águas do riacho que corriam sem a poluição que hoje o transformou num esgoto.

A “Morte” do Canabrava

No seu longo percurso entre paisagens, fazendas e lavouras na zona rural, o Canabrava corre limpo, porém ao entrar no Povoado Santa Fé, onde existem alguns pavilhões que abrigam famílias vítimas das enchentes de 1989, as águas do riacho começam a mudar de cor. Daí em diante, recebe o esgoto sem tratamento oriundo de milhares de residências e carrega toda essa sujeira de forma natural ao Rio Mundaú.

Segundo o Serviço Autônomo de Água e Esgoto – SAAE, cerca de setenta por cento do esgoto urbano cai in natura no Canabrava, só dezoito por cento do esgoto residencial segue para duas lagoas de tratamento que funcionam a cerca de quatro anos e estão localizadas próximas a Polícia Rodoviária Federal, na entrada da cidade. Além do esgoto, o Canabrava recebe no trecho urbano, lixo, animais em decomposição e até mesmo móveis inutilizados, causando inúmeros transtornos no período chuvoso, onde as águas do riacho invadem e contaminam as residências próximas ao seu leito. O risco de doenças como a esquistossomose, cólera e outras é eminente.

Revitalização do Riacho

A professora e especialista ambiental, Aparecida Lopes, a Cidinha, coordena o Centro de Informação Ambiental Sala Verde, que é um núcleo da secretaria de educação de União dos Palmares. Questionada sobre a situação riacho e qual o posicionamento da instituição frente ao problema, Aparecida disse que a Sala Verde trabalha a educação ambiental nas escolas. “Diagnosticamos os problemas e propomos as ações, a Sala Verde já realizou muitos projetos sobre o Canabrava nas escolas”. Frisou a coordenadora, mostrando os trabalhos realizados na educação ambiental do município.



O secretário de meio ambiente de União dos Palmares, Manoel Bernardo, o Maninho, disse que o município tem um projeto de revitalização do Riacho Canabrava. O projeto prevê a arborização das margens do riacho, porém só será implantado, segundo Maninho, quando o governo do estado através da Defesa Civil executar o Plano de Remanejamento das margens do Canabrava, onde as residências foram atingidas pelas enchentes de 2010. Com a execução deste Plano, as famílias que residem nas margens do riacho seriam retiradas do local. “Iremos fazer plantio de mudas nessas áreas, do mesmo jeito como fizemos nas margens do Rio Mundaú”. Frisou o secretário.

Questionado sobre a quantidade de dejetos que cai no riacho, o secretário falou que está sendo executado há cerca de seis meses, o Plano de Revitalização da Bacia do Mundaú. O projeto do governo federal e executado pelo estado está regularizando as redes de esgoto de seis bairros que margeiam o Canabrava. Após a regulamentação destas ligações, todo esse esgoto será direcionado as duas lagoas de tratamento, localizadas na entrada da cidade, segundo Maninho as lagoas comportariam esse esgoto, concluindo sem previsão de término, que o Projeto de Revitalização da Bacia do Mundaú, irá livrar o Canabrava do esgoto que o contamina./

 Fonte: O RELÂMPAGO - JPFarias/ 24/08/2011