sexta-feira, 23 de maio de 2025
BANHOS NO RIO MUNDAÚ
domingo, 2 de julho de 2023
Bar Casa Velha
Lembranças do passado...
Em meados de 1982 tive minha primeira
experiência profissional na adolescência. Comecei vendendo picolé da sorveteria
de Jurandir, localizada na entrada da COHAB velha, a experiência não foi lá das melhores,
pois devido a minha pouca idade e falta de experiência, alguns meliantes
chupavam o picolé e não pagavam daí ao prestar contas, a maioria das vezes ficava no prejuízo. Outrora
fui vendedor na mercearia de Seu Zuza, localizada atrás do mercado,
trabalhava apenas aos sábado, dia de muito movimento na feira livre. À tardezinha, após degustar uma cajuvita com pão com salame, recebíamos
a diária, coisa boa! saíamos felizes, de "bucho cheio" e com uns trocados no bolso, não era muito, mas o suficiente para suprirmos algumas necessidades. Essas foram às primeiras
experiências no comercio.
Também trabalhei de jardineiro por alguns anos na casa de fazenda de
Dona Acidália, a qual nos ajudou muito, consideravamos como uma mãe. Contudo essa história dedicarei um
capítulo especial, pois merece um pouco mais de dedicação.
Todavia foi enquanto pegava carrego na feira livre de União, que conheci Hélio, proprietário do Bar Casa Velha, localizado na fazenda onde hoje dá lugar ao condomínio Sueca. Certa vez, quando pegava carrego na feira, fui abordado por Hélio, que toda sexta feira às 6h da manhã costumava fazer as compras para o “Bar Casa Velha”, lembro como hoje: o carrinho vinha repleto de todos os tipos de verdura, além de rabadas de boi, picanha e mamilo. Aquele era o carrego preferido, pois ele pagava dobrado o carregos para entregarmos a sua feira em total segurança. Após conquistar a confiança do empresário, fui convidado a ajudar no bar nos finais de semana, em troca, ganhava um trocado extra. A “Casa Velha tinha um público cativo dos bancários e comerciantes, na época cosiderados a "elite de União". Toda as sextas e sábados a casa ficava cheia, não faltavam as "louras geladas" nem as caninhas com limão acompanhadas um caldinho delicioso, além de rabada de porco ou de boi, ou ainda o prato da casa: mamilo assado na brasa. Uma delícia!
Certa vez, na copa de 82, estava um pouco cansado, pois em dias de jogos o movimento era
dobrado, não parávamos. Quem não lembra do penalt perdido pelo camisa 10 da seleção, Zico! Eu me lembro muito bem, pois no momento estava servindo as mesas, quando, "murmurei em voz alta": VAI
PERDER! Depois gol perdido pelo o craque Zico, a galera se aretaram e me deram um banho de cerveja, e ainda leivei uma bronca do patrão. Depois disso prometi a mim mesmo que só voltava no Bar Casa
Velha como cliente, a fim de comer um mamilo assado. Demorei, mas após algum tempo voltei, e conforme havia prometido, retornei como cliente. Sentei a mesa em baixo do pé de manga, tomei uma
coca cola de litro e degustei com uma satisfação um delicioso mamilo assado na brasa, tomei um
banho no chuveirão, paguei a conta e mim despedi de Helio Casa Velha.
Por Joaquim Maria
sábado, 4 de junho de 2022
Zé Claudino, o bom malandro.
Lembranças do Passado...
Eu estudei entre os anos de 1976 e 1979, no Colégio Santa Maria Madalena, na época; o único colégio particular da cidade; frequentado pelos estudantes de classe média da região e alguns estudantes bolsistas.
Na sétima série, chegou um novo aluno na minha sala. Era um
negro baixo e gordo, muito mais velho do que a maioria dos alunos da sala por
nome de José Claudino da Silva Filho, tendo o pai o mesmo nome e a sua mãe
chamava-se Benedita; e que residiam na Rua Legião Brasileira (como ele mesmo
dizia), quando alguém se referia ao logradouro como “atrás do mercado”. De
família humilde, Zé Claudino frequentava a escola com uma bolsa doada pelo
diretor, o Sr. José Correia Viana. O pai
sapateiro e mãe doméstica viviam na labuta diária com mais três filhos, sendo
mais um homem e duas mulheres.
Logo se enturmou e era amigo de todos, pois sabia cativar as
pessoas com o seu esplendoroso senso de humor, que fazia com que todos
gostassem de ficar perto dele. No recreio, depois do lanche, os mais chegados, se reuniam em torno dele para
ouvir mais um sessão de piadas e causos.
A zoeira era total! E só acabava quando tocava a sineta para voltarmos à
sala de aula.
O “Negão”, como eu o chamava era muito boa gente. Gostava de
aguardente e de um “baseado”, mas bem
reservado. Curtia o “barato” dele sem mexer com
ninguém. Mas gostava de aprontar com os
amigos.
Às sextas-feiras, à noite, nas biroscas e banca de feras ao
lado do mercado municipal, várias pessoas iam comer o delicioso sarapatel,
degustando uma cachaça temperada, com ervas e frutas da região.
Conta-se que certa vez um estudante
de medicina, trouxe para casa, uma orelha humana para fins de estudo. Chegando
em casa ,deixou os livros e foi, como de costume, comer um sarapatel e sorver
algumas doses de aguardente, jogando conversa fora e, com ele levou a orelha.
Aproveitando a distração, Zé Claudino retirou a orelha do bolso do acadêmico,
cortou em pequenos pedaços e misturou ao sarapatel que fora servido pela
proprietária do estabelecimento comercial. Todos que estavam ali comeram da inusitada iguaria, mas dessa vez
reclamando que tinha alguns pedaços que não teria cozinhado direito.
Depois de muito sarapatel com cachaça, o futuro médico deu
por falta da orelha e começaram a procurar enquanto o sacana do Zé Claudino, às
gargalhadas dizia: Vocês comeram a orelha
do defunto!
Não sei a explicação que o estudante deu ao seu mestre sobre
o paradeiro da orelha, só sei que naquele dia vários dos participantes da
farra, passaram a noite colocando o dedo na goela, para regurgitar a iguaria
escabrosa.
Foram muitas estórias com esta em que contamos com a
participação do bom malandro Zé
Claudino, sobretudo porque a amizade dele perpassou os muros do colégio.
Com a família, mudou-se para Maceió. Neste período,
envolveu-se com drogas e com o tráfico e depois soubemos com muito pesar do
desaparecimento dele. Não sei ainda informar se encontraram o corpo para fazer
um sepultamento digno
Sinto saudade do amigo Zé Claudino, o cara que era tão bem
humorado que ria da sua própria situação. Da falta de dinheiro, da desordem da
sua casa, do extremo nível de pobreza. Este era Zé Claudino, o bom malando.
Joaquim Maria
sábado, 30 de outubro de 2021
A Avenida de União dos Palmares
sábado, 7 de agosto de 2021
OS CARAS PRETAS
Histórias da política palmarina:
Em União, saíram “Os Caras Pretas” e hoje, a grande maioria dos políticos da nossa cidade são “Caras Pálidas”. Políticos sem ideologia, sem formação política, sem compromisso e SEM VERGONHA NA CARA.
Quando assumiram o poder em 1964, os militares para
restringir as articulações políticas da oposição, extinguiram o
pluripartidarismo, em 1965, pelo ATO INSTITUCIONAL NÚMERO DOIS e ATO
COMPLEMENTAR NÚMERO QUATRO, estabelecendo o Bipartidarismo no Brasil, deixando
os outros partidos na ilegalidade,
Foi então que surgiram a ARENA (Aliança Renovadora Nacional)
e o MDB (Movimento Democrático Brasileiro), partidos que definiam a situação e
a oposição.
Em União, como em outras cidades; esses dois partidos eram muito
bem divididos. A Arena tinha a mão forte dos militares e a subserviência dos
seus filiados em troca dos benefícios do poder. Enquanto o MDB era determinado
pelos inconformados com o poderio da situação. Os oposicionistas.
Na nossa cidade esta situação dividia amigos e familiares,
numa guerra política desastrosa e inconsequente.
Na minha infância, ficou bastante evidente esta divisão
através das famílias Gomes de Barros na ARENA e os Vergeti no MDB. Isto era uma
loucura! Esses Grupos faziam com que a população se dividisse e se enfrentassem
no campo das discussões políticas e até no braço mesmo. Na verdade este vínculo
com as famílias eram tão fortes que sobrepunha à questão ideológica.
A questão social ficava prejudicada por esta divisão, pois a
separação da sociedade palmarina era explicita, ou seja; que estava em um lado
não poderia se relacionar com o outro. As amizades e até os casamentos, era de
bom gosto se fosse entre os partidários. Quem não era do mesmo partido era
chamado de “CARA PRETA”.
No período das campanhas políticas era um inferno, as pessoas
se tornavam inimigas. Os carros de sons que anunciavam os comícios e que
vendiam o “peixe” do seu partido convidavam os correligionários para uma noite
de promessas, que geralmente nunca eram cumpridas. Os comícios era o termômetro
das campanhas. A quantidade de pessoas nos comícios demostrava a força e a
capacidade de aglutinação e de mobilização, dos candidatos e do partido. O
comício virava um grande acontecimento. Geralmente o palanque era um caminhão,
que ficava carregado de gente; com alguns autofalantes amarrados em caibros,
para o som alcançar a maior distância possível e o eleitor pudesse ouvir as
promessas dos candidatos.
Durante o dia era uma verdadeira agonia para a população. A
poluição sonora era terrível e com músicas mal arranjadas e de péssima
qualidade. Em uma rua passava um carro de som com a música: “É Mano, é Mano, é
Mono; é Mano sim senhor...”; na outra: “Afrânio Vergeti, candidato a prefeito,
vote nele eleitor; dessa vez União toma jeito”; eles passaram pela prefeitura
de União e até agora a nossa cidade continua sem jeito.
Hoje com a pluralidade partidária, na nossa cidade, ainda tem
gente que nunca deixou de acompanhar seus candidatos, em troca de empregos ou
benefícios destes, quando eles chegarem ao poder. Agora a troca de partido
virou moda. Todos os políticos estão arrumando em jeitinho de levar vantagem
com a troca partidária.
Em União, saíram “Os Caras Pretas” e hoje, a grande maioria
dos políticos da nossa cidade são “Caras Pálidas”. Políticos sem ideologia, sem
formação política, sem compromisso e SEM VERGONHA NA CARA.
Lembranças do passado, Por Joaquim Maria.
Leia também:
eleicoes-em-uniao-do-ilarie-ao-enfica
quinta-feira, 20 de maio de 2021
Lembranças da Fazenda Gordo, Sitio Quemadas, jacó, onde vivi parte da minha infância!
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Sítio vizinho a Serra da Barriga |
Na caminhada de hoje tive a grata satisfação de apreciar uma paisagem de sítio! Me fez lembrar o tempo que vivi na fazendo na Fazenda Gordo. Acordava com o cantar do galo, dos passarinhos, galinha no terreiro e o ti ti ti dos pintos. Casinha de taipa, banheiro no mato, casa de farinha, mangueira no terreiro, jaca, pitomba, cana caina, ingá na beira do rio, araçá na serra, milho e mandioca no roçado e na cozinha logo cedo sentiámos o cheiro de xerém ralado de milho com leite puro bem fresquinho e cheiroso, tirado da vaca malhada antes do dia amanhecer.
Isso me fez pensar o quanto é importante a agricultura familiar, que é responsável pela produção dos alimentos que chegam as nossas mesas. Em União não percebemos políticas de valorização do homem do campo, é uma látima, quando se tem produção, não tem estrada para escoar os alimentos, é uma luta constante desses guerreiros do campo.
domingo, 9 de maio de 2021
Minha Amada União dos Palmares
domingo, 11 de abril de 2021
Eleições em União: do Ilariê ao Enfica
Histórias da política palmarina
Em
1988 o programa Xou da Xuxa bombava na TV brasileira. Acertadamente,
marqueteiros políticos aproveitaram o “xuxesso” e transformaram o hino da
Rainha dos Baixinhos em Jingle político do candidato Iran Menezes,
que, além do hino, contava também com apoio do deputado estadual Afrânio
Vergetti.
Ganhando vida própria, não sei por que o “magrinho de ouro” desagradou o
deputado, aí, para sua sucessão, houve uma junção. Manoel Gomes de Barros
lançava José Praxedes, ex-assessor, e para poder derrubar o prefeito das praças
e o mais popular da zona rural tinha que haver uma junção poderosa, então os
Vergetti indicam Jorge Vieira para vice. Só assim poderiam derrotar o candidato
apoiado pela prefeitura. Após as eleições de 92 aconteceu um racha naquela
“união”; então, em 96, Afrânio Vergetti resolve voltar à prefeitura concorrendo
contra José Pedrosa e Iran, agora apoiados por Mano, em uma eleição complicada
e bastante violenta.
Em 2000, Mano apoia a reeleição de Vergetti em “gratidão” ao apoio dado para
ele na eleição para governador em 98. No meio do mandato Mano volta a apoiar
José Predrosa, que da noite para o dia, em 2002, recebe de bandeja a
prefeitura. De lá para cá Mano vem apoiando, ou engolindo, os apoiados pela
administração municipal, foi assim com Kil, imposto por João Lyra, para vice de
Pedrosa, foi assim novamente com Kil imposto por Predrosa para ser prefeito,
pois Pedrosa sabia que ele (Kil) não mais se reelegeria e assim Predrosa
voltava com todo gás à prefeitura via eleições 2012, mas nem tudo saiu com se
esperava.
Faço essa pequena introdução para dizer que agora em 2012 temos eleições para
prefeito, vice e vereadores e a junção Mano/Vergetti estará, provavelmente, de
volta. Vamos refletir: quem já viu em União alguém de oposição a Mano ou a quem
ele apoie dar entrevista aberta na rádio AG e ainda mais para falar sobre
eleições e pior tendo o próprio Mano com adversário? Foi o que aconteceu dias
atrás com o pré-candidato da família Vergetti.
Desculpem-me os candidatos, mas o que parece é que no momento do registro das
candidaturas querem dar força dizendo que houve uma "união", pois,
assim, dará bem mais crédito e grandeza para a chapa majoritária. Assim farão o
velho discurso “resolvemos nos unir para o bem de União”. Está junção, para
mim, já está bem definida. Será que ao menos a música de campanha será enfica?
Acho que sim, pois essas junções só colocaram União cada vez mais enficado no
buraco do coronelismo, do mandatarismo, do autoritarismo e tantas outras
mazelas deixadas por quem sempre se uniu, na verdade, em busca de seus
interesses particulares.
Sérgio Rogério
ACORDA UNIÃO
http://acordauniao.blogspot.com/2012/05/eleicoes-em-uniao-do-ilarie-ao-enfica.html postado em 08 de maio de 2012
Leia também:
sábado, 13 de fevereiro de 2021
Eu vi e você?
segunda-feira, 11 de janeiro de 2021
Bastidores da origem do bairro Roberto Correia de Araujo
Histórias da política palmarina
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Foto:
União das antigas José Pedrosa, Rubinho, Mano e Tonheiro
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* Na época não se configurava crime eleitoral as doações feitas pelos candidatos
Rubinho também foi o fundador do Ginásio Municipal Mário Gomes de Barros.
sábado, 8 de fevereiro de 2020
União dos Palmares só teve prefeito ruim
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Foto: Maria Mariá
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Faz um governo nojento
Porque União dos Palmares
Só teve prefeito ruim!!!
sábado, 13 de abril de 2019
O trem que transportava e dividia as "classes sociais" em União dos Palmares
Por Joaquim Maria
quinta-feira, 19 de outubro de 2017
A melhor boate que União dos Palmares já teve “O CASARÃO”
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Foto ilustrativa
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quarta-feira, 6 de setembro de 2017
Radialista Silvio Sarmento
terça-feira, 2 de agosto de 2016
OS CARAS PRETAS
sexta-feira, 1 de janeiro de 2016
As atrações da feira livre
domingo, 27 de dezembro de 2015
No quintal de casa, as amoras...
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Foto: internet
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