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terça-feira, 22 de julho de 2025

A criação da Paróquia de Santa Maria Madalena – União dos Palmares

 

Foto: Arquivo Maria Mariá

Arquivos registros legislativos

No século XVIII a Vila da Imperatriz foi instalada, mas eclesiasticamente continuou ligada a Vila de Atalaia, isso causava incômodo, pois enquanto não existisse paróquia no local, os eleitores da vila continuariam votando na freguesia de Nossa Senhora das Brotas em Atalaia. Foi assim que em dezembro de 1831, na sessão do Conselho Geral da Província tratou pela 1ª vez da criação de freguesias nos termos de Atalaia.

Após quatro anos, em 1835, ano de eleição para deputados nas províncias, voltou à discussão da criação da freguesia a fim de facilitar a vida dos eleitores, pois com a criação das vilas cada um votaria em suas respectivas freguesias.

Assim, em três de abril de 1835, o projeto foi aprovado e remetido ao presidente da província de Alagoas, José Joaquim Marchado de Oliveira que, no dia 10 de março de 1835 sancionou a resolução de Número 8, criando então Freguesia a Capela de Santa Maria Madalena na Vila de Imperatriz.

As terras de patrimônio da paróquia de Santa Maria Madalena, onde hoje está erguida a igreja matriz e parte do território do município de União dos Palmares, foram conquistadas mediante a doação do casal João Camelo de Amorim e Francisca Correia de Araújo em 03 de abril de 1810, que objetivava construir a capela e a futura Vila.

No dia 14.06.2010 foi sancionada a Lei Municipal nº 1182 que inseriu no calendário municipal o dia 22 de Julho como feriado municipal dedicado a Santa Maria Madalena e em julho de 2016 o Papa Francisco elevou a celebração de Santa Maria Madalena no dia 22 de julho à categoria de festa litúrgica.

Fonte
SARMENTO, Genisete de Lucena. A Ocupação das Terras do Quilombo dos Palmares e a Criação de Vilas: Introdução à História de União dos Palmares. 1ª ed. Maceió: CBA Editora, 2019.

@registroslegislativos /Bruno Monteiro

 

 


domingo, 20 de julho de 2025

Os Conselhos do Padre Cícero

 

foto: internet

Quem matou não mate mas

Quem roubou não roube mais

Romeiro de verdade

Vive na fraternidade

 

Jesus cristo no calvário

A Deus pai se entregou

Vencendo a maldade

Seu amor ele provou

 

No exemplo de Maria

Que a todos perdoou

Da morte de seu filho

Ela nunca se vingou

 

Combate à injustiça

É um dever do cristão

Não é a violência

Que resolve a questão

 

A fraqueza do pequeno

É viver na solidão

Unidos somos forte

No amor e no perdão

 

Viver a fraternidade

É como água no sertão

Fecunda a semente

Do amor no coração

 

Ai chegar no juazeiro

Tomei a resolução

De seguir os conselhos

Do padrinho Cicero Romão

 

Ofereço este bendito

Ao meu padrinho conselheiro

Deu a palavra certa

Pra sair do cativeiro

 


domingo, 15 de junho de 2025

Origem do Bairro de Fátima – União dos Palmares

 



A expansão urbana de União dos Palmares ainda é um tema a ser bastante estudado, haja vista que as informações repassadas muitas vezes não se sustentam em documentos. Uma dessas situações é o início do povoamento do Bairro de Fátima, o qual, por informações obtidas na legislação municipal é possível afirmar que se iniciou antes de 1964.

A primeira menção legislativa ao Bairro de Fátima se encontra na Lei Municipal nº 260, de 30 de novembro de 1964. A legislação trata sobre um crédito especial para pagamento de um terreno pertencente ao Sr. José Luciano da Silva para criação de acesso da Rua Tavares Bastos ao Núcleo Residencial Bairro de Fátima.

Embora até 2022 às ruas do Bairro de Fátima sejam conhecidas como Grupos A, B, C, D e E; já no ano de 1981 algumas leis municipais deram início a denominação dos logradouros. A Lei 597/81 deu o nome de "Ubirajara de Magalhães Lopes" ao Grupo A. O Grupo B se tornou "Amaro Lopes Ferreira" pela Lei 598/81. "Adelaide Leite dos Santos" foi o nome dado pela Lei 599/81 ao Grupo C. Por fim, o Grupo D foi denominado "José Hélio Cordeiro Lins" pela Lei 600/81.

Esses nomes duraram pouco tempo, em 08.11.1984 a Lei 661/84 alterou todos os nomes e deu nome ao Grupo E, então sem nome. Dispôs à lei as seguintes nomenclaturas: Alfredo Gomes da Silva (A), Miguel Medeiros Costa (B), Leomar Valderez de Medeiros Tavares (C), Valdecí Bastos Pereira (D) e Edna de Albuquerque Marques (E).

No ano de 2001 duas leis municipais modificaram os nomes dos logradouros ainda conhecidos como Grupos B e E. O Grupo B passou a ser a Rua José de Assis dos Santos (Lei Municipal 966/2001) e o Grupo E se transformou na Rua Jazon Marculino Azevedo (Lei Municipal 967/2001).

Os limites territoriais do Bairro de Fátima foram definidos na Lei Municipal nº 1073/2006 (Plano Diretor).

Pesquisa e Texto: Bruno César Monteiro

Imagens: Livro de Leis Arquivo da Procuradoria-Geral do Município

#registroslegislativos #uniaodospalmares #leis #bairrodefatima

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segunda-feira, 9 de junho de 2025

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Bons estudos! Prof. Nivaldo Marinho

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Serra da Barriga!



Barriga de negra-mina!
As outras montanhas se cobrem de neve, de noiva, de nuvem, de verde!
E tu, de Loanda, de panos-da-costa, de argolas, de cantos, de quilombos!
.
Serra da Barriga!
Te vejo da casa em que nasci.
Que medo danado de negro fujão!
.
Serra da Barriga, buchuda, redonda, do jeito de mama, de anca, de ventre de negra!
Mundaú de lambeu! Mundaú te lambeu!
Cadê teus bumbuns, teus sambas, teus jongos?
Serra da Barriga!
Serra da Barriga, as tuas noites de mandinga, cheirando a maconha, cheirando a liamba?
.
Os teus meios-dias: tibum nos peraus!
Tibum nas lagoas!
.
Pixains que saem secos, cobrindo sovacos de sucupira, barrigas de baraúna!
Mundaú te lambeu! Mundaú te lambeu!
De noite: tantãs, curros-curros e numba, batuques e baques!
E bumbas!
E cucas: ôô!
E bantos: êê!
Aqui não há cangas, nem troncos, nem banzos!
Aqui é Zumbi!
Barriga da África!
Serra da minha terra!

Te vejo bulindo, mexendo, gozando Zumbi!
Depois, minha serra, tu desabando, caindo, levando nos braços Zumbi!
.
"JORGE DE LIMA"

terça-feira, 27 de maio de 2025

Quem vê cara, não vê coração: Escola Municipal de União ainda funciona com quadro negro e giz

Já está na hora de mudar  “esse quadro”


Essa semana fiquei surpreso e decepcionado ao constatar a situação da única Escola que atende a comunidade da Serra da Barriga, zona rural de União dos Palmares. Além do calor, mediante a falta de ventiladores, pois apenas um funciona, o  professor ainda tem que lidar com o pó de giz na cara, algo que já deveria ter sido abolido a décadas.

Segundo alguns professores, que prefere não se identificar por medo de represarias, essa situação se estende na zona rural na maioria das escolas, onde é carente de fiscalização.

Acreditamos que já está na hora de mudar “esse quadro”, pois não é admissível, em pleno século XXI, encontrarmos escolas nessas condições. Onde fica a saúde dos professores e alunos!

 

Onde estão os vereadores e conselheiros e Sinteal que não observam essa realidade? Será tão caro assim um quadro branco e dois ventiladores, ou um aparelho condicionador de ar?

É parlamentar, ou pra lamentar!

Com a palavra, a SEMED, Poder Legislativo e MP.

 

ProfessorNivaldo Marinho.com

sexta-feira, 23 de maio de 2025

BANHOS NO RIO MUNDAÚ

Lembranças do passado

Por Joaquim Maria





De rio caudaloso e limpo a um depósito de esgotos e detritos provenientes das casas e da agroindústria canavieira; hoje o nosso Rio Mundaú se convalesce, destinado a morrer pelo abandono e a ganância dos homens.

O rio nasce na cidade de Garanhuns no vizinho estado de Pernambuco e em Rocha Cavalcante, recebe as águas do Rio Canhoto, que banha a cidade de São José da Laje e segue seu martírio até desaguar na lagoa de mesmo nome, na nossa capital.

Tenho lembranças dos passeios, banhos e pescaria nas águas límpidas do nosso Mundaú. Nas suas margens, a mata ciliar servia de proteção. Tinha árvores nativas como a ingazeira; pois além de dá os seus frutos; uma vargem que contém uma polpa, de textura macia, envolta numa semente; branca e de uma doçura inigualável; e que também bondosamente nos cedia a sua sobra, para nos livrar dos raios mais quentes do sol.

O povo se servia das águas do nosso rio para os momentos de lazer. Nos fins de semana muitas pessoas chegavam à beira do rio. Era um verdadeiro mar na nossa cidade de tão grande que era o volume de água. Quase embaixo da ponte, próximo ao centro da cidade, tinha a pedra do jacaré; aonde a maioria das pessoas iam se banhar. Na época mais seca, os colegas jogavam bola no “areião”, ilha que se formava no meio do rio, o que era um privilégio para a garotada da Rua da Ponte e Jatobá; os maiores freqüentadores do campinho improvisado de verão. Mesmo assim, na seca; a água continuava a correr forte e veloz por toda a extensão do rio.

Tomei muitos banhos na Terra Cavada, Ilhota, Cabral, no Choque, nomes de algumas praias do nosso velho rio.
Outro fato importante era a quantidade de peixes e crustáceos que existia no Mundaú. Tinha acaris, piabas, jundiás, carás, traíras, camarões, pitus; que era uma espécie de camarão de grande porte e de casca mais resistente, sendo um dos pratos mais requisitados e caros da culinária ribeirinha. Atualmente os peixes praticamente acabaram.

Muitas famílias da nossa cidade tiravam o seu sustento das águas do grande rio, com a venda e o consumo dos peixes.

Infelizmente o Rio Mundaú está morrendo. Já não tem a mesma força de outrora.  A poluição tomou conta daquele que era o berço de vida e também de lazer para o povo palmarino.

quarta-feira, 23 de abril de 2025

132 anos do nascimento de Jorge de Lima

 

Há 132 anos, no dia 23 de abril de 1893, nascia o uniaoense Jorge Matheus de Lima, conhecido em todo o mundo como Jorge de Lima.

Para muitos o palmarino mais ilustre, para outros uma "famoso desconhecido". Não é difícil encontrar um palmarino que fale besteiras do tipo: "Ele não gostava daqui" ou "Ele virava a cara quando passava por aqui". Quanta bobagem e mentira, as cartas e textos de Jorge de Lima publicados em jornais da época demonstram um imenso amor pelo local onde viveu a infância. Talvez, os palmarinos não percebam que a descontruçào dos bons exemplos se tornou uma forma da "elite política e econômica" local menosprezar quem de fato deveria ser exaltado como exemplo a ser seguido.

Em 2021 o sobrado em que nasceu e viveu se encontra em reformas, descaracterizado em 2010 por ignorantes culturais, é a única lembrança de uma época em que um gigante da literatura mundial esteve por aqui.

Aos incultos que acusam Jorge de Lima de mau palmarino, sugiro a leitura dos poemas "Serra da Barriga" e "G.W.B.R.", textos de extrema sensibilidade e percepção que apenas um apaixonado por um lugar e um povo poderia escrever.

A fotografia que ilustra a postagem está no livro "Vida e Obra de Jorge de Lima", biografia escrita por Carlos Povina Cavalcanti.

Fonte: registroslegislativos,  Bruno Monteiro,

 acessado em 23/04/21

#registroslegislativos 

#uniaodospalmares 

#jorgedelima128anos