Lembranças do passado...
Em meados de 1982 tive minha primeira
experiência profissional na adolescência. Comecei vendendo picolé da sorveteria
de Jurandir, localizada na entrada da COHAB velha, a experiência não foi lá das melhores,
pois devido a minha pouca idade e falta de experiência, alguns meliantes
chupavam o picolé e não pagavam daí ao prestar contas, a maioria das vezes ficava no prejuízo. Outrora
fui vendedor na mercearia de Seu Zuza, localizada atrás do mercado,
trabalhava apenas aos sábado, dia de muito movimento na feira livre. À tardezinha, após degustar uma cajuvita com pão com salame, recebíamos
a diária, coisa boa! saíamos felizes, de "bucho cheio" e com uns trocados no bolso, não era muito, mas o suficiente para suprirmos algumas necessidades. Essas foram às primeiras
experiências no comercio.
Também trabalhei de jardineiro por alguns anos na casa de fazenda de
Dona Acidália, a qual nos ajudou muito, consideravamos como uma mãe. Contudo essa história dedicarei um
capítulo especial, pois merece um pouco mais de dedicação.
Todavia foi enquanto pegava carrego na feira livre de União, que conheci Hélio, proprietário do Bar Casa Velha, localizado na fazenda onde hoje dá lugar ao condomínio Sueca. Certa vez, quando pegava carrego na feira, fui abordado por Hélio, que toda sexta feira às 6h da manhã costumava fazer as compras para o “Bar Casa Velha”, lembro como hoje: o carrinho vinha repleto de todos os tipos de verdura, além de rabadas de boi, picanha e mamilo. Aquele era o carrego preferido, pois ele pagava dobrado o carregos para entregarmos a sua feira em total segurança. Após conquistar a confiança do empresário, fui convidado a ajudar no bar nos finais de semana, em troca, ganhava um trocado extra. A “Casa Velha tinha um público cativo dos bancários e comerciantes, na época cosiderados a "elite de União". Toda as sextas e sábados a casa ficava cheia, não faltavam as "louras geladas" nem as caninhas com limão acompanhadas um caldinho delicioso, além de rabada de porco ou de boi, ou ainda o prato da casa: mamilo assado na brasa. Uma delícia!
Certa vez, na copa de 82, estava um pouco cansado, pois em dias de jogos o movimento era
dobrado, não parávamos. Quem não lembra do penalt perdido pelo camisa 10 da seleção, Zico! Eu me lembro muito bem, pois no momento estava servindo as mesas, quando, "murmurei em voz alta": VAI
PERDER! Depois gol perdido pelo o craque Zico, a galera se aretaram e me deram um banho de cerveja, e ainda leivei uma bronca do patrão. Depois disso prometi a mim mesmo que só voltava no Bar Casa
Velha como cliente, a fim de comer um mamilo assado. Demorei, mas após algum tempo voltei, e conforme havia prometido, retornei como cliente. Sentei a mesa em baixo do pé de manga, tomei uma
coca cola de litro e degustei com uma satisfação um delicioso mamilo assado na brasa, tomei um
banho no chuveirão, paguei a conta e mim despedi de Helio Casa Velha.
Por Joaquim Maria