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sábado, 6 de julho de 2013

União dos Palmares já teve “Cine Imperatriz”

Lembranças do passado

Por Joaquim Maria



Que pena. Hoje não existe mais cinema na nossa cidade! Lugar de diversão e dos primeiros namoricos dos adolescentes da nossa pequena cidade. O Cine Imperatriz apresentava na única sessão diária o que tinha de mais atual em matéria cinematográfica da época.

Vavá que de dia entregava jornal era responsável pela projeção dos filmes.  Além disso, ele fazia os anúncios tanto dos filmes, como também dos jogos de futebol que eram realizados aos domingos, no Estádio Mário Gomes, na Rua Nova.  A placa com o anúncio do jogo, que era feita de uma armação de madeira e uma grossa camada de jornal colada nesta mesma armação e; com uma base de tinta branca sobre a camada de jornal, onde ele, com letras coloridas, faziam o enunciado do desafio futebolístico. Esta placa ficava na Avenida Monsenhor Clóvis, em frente ao Bar do seu Zequinha, hoje Bar do Boiadeiro; amarrado no poste do canteiro central da praça.

Mas no cinema foi onde eu assisti aos primeiros filmes de bang bang, karatê e até sem puder, consegui entrar e assistir diversos filmes para maiores, inclusive Dona Flor e Seus Dois Maridos, Com Sônia Braga; foi quando Sr. Armando Assunção, dono do cinema e porteiro deu uma bobeira; eu aproveitei esse momento de descuido e consegui entrar e me misturar aos adultos, para não ser colocado pra fora do recinto.

Sentei-me numa fila e não percebi que na fila de trás estavam minhas três professoras do Colégio Santa Maria Madalena. Eu ainda estava me escondendo de “Seo” Armando, quando ouvi alguns risos e cochichos bem próximos aos meus ouvidos. Fiquei mais retesado ainda, mais tudo mudou quando as luzes se apagaram e começou a passar o trailer das próximas exibições e por fim o tão desejado filme. Ainda passaram-se alguns dias para que eu pudesse encarrar as minhas professoras no colégio.

Quem quisesse arrumar uma namorada, o melhor lugar era no cinema e se a garota fosse “quente”, levávamos direto para a “galeria”, ambiente de poucos lugares que ficava no piso de cima do velho cinema.

Hoje sinto falta da telona na nossa cidade. O prédio do Cine Imperatriz deu lugar a um supermercado e se você quiser ir ao cinema, tem que se deslocar até a capital.
ÔÔÔÔÔ ÔÔÔÔ ÔÔÔÔÔÔ... Era o grito do Tarzan...


sábado, 15 de junho de 2013

Alto do Cruzeiro

Memórias do Passado...




Qual cidade nas décadas de 70 e 80 não tinha uma porção de cabarés bastante movimentados? Aqui em União não era diferente. A Rua do Alto do Cruzeiro era o point dos prostíbulos e por onde desfilavam as mais belas prostitutas do interior alagoano. Na verdade só perdia para o Mossoró, em Maceió.  Mas mesmo assim, as moças que trabalhavam na distinta casa da capital alagoana, vez por outras, desembarcavam em terras palmarinas, para o delírio da “macharada” interiorana, sejam solteiros e principalmente os casados; que deixavam suas submissas esposas em casa e passavam a frequentar assiduamente as casas da Rua do Alto do Cruzeiro; reduto da alegria dos frequentadores e até de crimes passionais.

Neste cenário, a nossa turma também frequentava o baixo meretrício em busca de diversão. Não necessariamente de sexo, mas de bebidas e de músicas dançantes e preferencialmente, românticas; estilo dor de cotovelo; onde embalados por estas melodias, alguns ou quase todos, viviam a temática musical, bebericando e confessado as suas mágoas às meninas do Alto. Até futebol nós íamos assistir nos cabarés em companhias das nossas amigas. Chegávamos com antecedências e já começávamos a dançar e tomar algumas cervejas, com o som na maior das alturas, na verdade existia uma competição para ver quem tinha o melhor som das casas noturnas (e diurnas), pois o movimento só diminuía no período da manhã.  Assim que o jogo começava, o som era desligado e era a vez das garotas ficarem ao nosso lado assistindo ao jogo.  Depois da partida terminada o som voltava a animar o ambiente. A nossa ida a famosa rua, sempre se dava no período da tarde, na matinê, como nós mesmos chamávamos.

Lembro-me que a Rua do Alto ainda era de terra batida e que até os esgotos, naquela época, ainda escorriam a céu aberto. Hoje já rua está calçada e já não existem as casas noturnas, mas ainda encontramos pessoas remanescentes da época de glória da Rua do Alto do Cruzeiro, reduto de malando e mulheres da vida e, do ódio e dos ciúmes das mulheres casadas da nossa cidade.

Por  Joaquim Maria