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sexta-feira, 1 de janeiro de 2016

As atrações da feira livre

Lembranças do Passado, por Joaquim Maria



 As feiras livres do interior é o lugar onde se comercializa praticamente de tudo. Mas antigamente, além da comercialização de produtos, as feiras serviam para a apresentação dos artistas populares, que andavam pela região, executando as mais diversas formas de expressão de cultural.

O meu interesse pela cultura popular, vem justamente das feiras; porque quando eu era criança, aqui em União dos Palmares, andava a procura destas apresentações e; sempre que encontrava um artista, parava e ficava admirando a sua performance.

Você já sabia que tinha alguma apresentação, pois logo se formava uma aglomeração de pessoas para assistir ao desempenho dos artistas. Na realidade, não havia um local reservado para os shows, em qualquer lugar da feira, em meio a roupas, frutas ou legumes, ali estava alguém se apresentando.

Naturalmente o que mais me atraia eram as rimas feitas pelos violeiros, os versos lidos no folheto de Literatura de Cordel, a rapidez no pensamento ritmado dos cantadores do coco de embolada e claro, o “tarrabufado” da sanfona, com a zabumba e o triangulo, do trio de forró pé de serra.

A maioria dos trios de forró era daqui mesmo. Eu passei muito tempo acompanhando, na porta do mercado de carne, a exibição de Minhoca e Edvaldo (Ceguinho), dois dos mais exímios executores do instrumento mais nordestino de todos: A sanfona. Tendo a companhia de “Seo” José (pai do Ceguinho) Nilson Rôla, Carlinhos Varize e Mário Carniça que se revezavam na zabumba e/ou no triangulo.

Hoje ando pela feira e não vejo mais os sons harmoniosos extraídos das sanfonas, nem os versos metrificados da literatura de cordel, nem o choro lamentoso das violas e nem o trava-língua dos emboladores com seus pandeiros. Por este motivo, as feiras atualmente ficaram muito mais tristes.

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